Florence no ByWard Market (Ottawa, Canadá)


Foto: Arquivo pessoal

Texto escrito em 20 de agosto de 2017

Florence no ByWard Market (Ottawa, Canadá)

Viajei para o Canadá esse mês e uma das cidades que visitei foi Ottawa, a capital do país. Um dos lugares que gostei bastante foi o ByWard Market. Esse mercadinho público possui restaurantes, lojinhas e barraquinhas de produtos locais (comida e artesanato).
Passei pela primeira vez nesse mercado num domingo já no fim do dia, por volta das 19h. Muitas lojas e barraquinhas já estavam fechadas, mas entre as lojas abertas uma chamou a minha atenção por ter roupas mais quentes. Afinal, eu havia saído do verão quente da cidade de Nova York sem me preocupar em levar roupa de frio na viagem, e acabei "virando picolé " na primeira noite, que dormimos em Saranac Lake, cidadezinha bem lá em cima no Estado de Nova York.
Quando entrei na lojinha fui direto para a área onde tinha roupas de frio. Num primeiro momento me interessei pelos ponchos de lã, mas eram um pouco caros e me bateu aquela dúvida:"será que vou realmente usar isso diversas vezes?". Em seguida, vi uns ponchos de malha (sou péssima pra identificar tecidos) que me agradaram mais. Mais baratos, menos "exóticos" e mais confortáveis.
A vendedora, uma senhora negra, rechonchuda e sorridente, já havia me dado um sorriso de boas vindas, mas depois que terminou de atender as outras clientes veio falar comigo. Ela, que já havia visto que eu estava "de olho" no poncho e no cachecol me mostrou que o tal poncho de malha também se transformava em uma espécie de cachecol. Ou seja, o poncho de malha era bastante vantajoso, uma espécie de 2 em 1.
Eu estava ali concentrada nas roupas de frio até que vi um vestido de estampa africana e me apaixonei. A vendedora me incentivou a experimentar, mas infelizmente, o caimento não ficou bom. Ela me mostrou outras estampas. Cheguei a experimentar um segundo (no provador improvisado), mas também não ficou legal.
A essa altura, a minha filha já estava dançando pela loja (como de costume), já tinha mexido em alguns objetos e estava escolhendo uns elásticos de cabelo estampados. Meu marido, já estava sentado num banquinho, que a senhora sorridente havia indicado pra ele.
Acho que o jeito da minha filha, uma criança alegre, sorridente, que cantava e dançava na loja, provavelmente um comportamento diferente da maioria das crianças anglo-saxãs, (e com uma mãe igualmente sorridente, modéstia `a parte...hahaha), fez com que a senhora se sentisse confortável com a gente. Eu não sabia a nacionalidade dela, mas desconfiava que fosse de algum país da África. Ela falava bem inglês, mas com um sotaque diferente. Apesar, obviamente, de querer vender os produtos pra gente, ela era sincera em suas opiniões e agia meio que como uma "mãezona" que ajeitava a roupa no corpo da gente, encostava a cabeça no ombro da minha filha e praticamente a abraçava.
Enquanto eu finalizava a compra, a senhora me perguntou de onde éramos e eu lhe fiz a mesma pergunta. Aí fiquei sabendo que ela era de Gana. O nome, Florence, só soube depois que li o cartão que ela colocou na sacola com os produtos que comprei.
Quando nos despedimos, ela disse: "Foi muito bom fazer negócio com vocês". Acho que o comentário dela não foi apenas pelo dinheiro que ganhou (que não foi tanto). Eu e minha filha saímos de lá super animadas e a razão também não foi apenas os produtos que compramos.
Meu marido, que ficou a maior parte do tempo sentado no banquinho, tirou fotos da gente, e, ao sair da loja me disse que tinha gostado muito do astral da vendedora.
Viva as boas energias! Viva os encontros desse tipo!!
PS: A lojinha da Florence no ByWard Market Building se chama D’aku Designs.

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